terça-feira, 7 de junho de 2011
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Preservação em Rio Paranaíba: O que tem sido feito?

05:52
O Brasil é rico em redes hidrográficas, o que viabiliza o grande potencial agropecuário, hidrelétrico e industrial. Nosso estado contém grandes rios importantíssimos na formação de grandes bacias do país, por exemplo nós temos o Velho Chico, rio importante para a agricultura no norte de Minas que sofre por causa da seca influenciada pelo clima do nordeste. Nossa cidade não fica para trás, rica em nascentes de águas límpidas, rodeada por diversos rios e riachos e o mais importante: abriga a nascente do rio Paranaíba que deu origem ao nome da nossa cidade, este rio junto com o rio Grande formam o rio Paraná, que forma a bacia de mesmo nome. 
Importante como é, nosso rio deveria ser mais preservado, pois bem sabemos que temos grandes problemas neste. Nossos agricultores cheios de más hábitos e carentes de informações quanto a importância da preservação, acabam praticando erros que para mim poderiam ser evitados. Nossa cidade é conhecida também como grande pólo agropecuário produzindo soja, milho, cenoura, batata, cebola, alho, café entre outras culturas em menor escala, e curiosamente isto que planta-se na nossa cidade ganha mérito em outras, já que festas dos municípios da região levam nomes do que planta-se aqui. 
 Há alguns anos atrás quando nos propuséssemos a andar pelo mato, encontraríamos sem nenhuma dificuldade animais silvestres como tamanduá-bandeira, teiú, sariemas, tucanos, tatu entre outros animais, mas hoje se acaso fizermos isso encontraremos com alguma dificuldade apenas algumas sariemas pelo local. Árvores típicas do cerrado encontram-se com escassez entre os pastos e áreas de plantação que ainda resistem ao avanço da agricultura e da pecuária. 
Nosso esgoto não tratado cai direto em um rio, o conhecido "Lava-pés" que passando por lá de longe nota-se o odor forte que sai dele, chegando mais perto vê-se uma densa espuma que nele flutua e o mais triste de toda situação: nem mesmo insetos ousam adentrar nele, que dirá peixes.
O novo cemitério de Rio Paranaíba está bem próximo de uma nascente e pra quem não entende o que significa isso eu explico: um lugar rico em nascentes como nossa cidade é sinal de que há muitos lençóis freáticos no subsolo. Esse lençóis freáticos são espaços porosos no subsolo por onde a água passa, essa água é aquela que emergi nas nascentes. Tendo essas informações em nota, quero que vocês reflitam comigo. Um corpo em putrefação, soltando inúmeros gases e algum tempo depois desintegrando seus tecidos, formando apenas um semi-liquido com um odor fétido invade o solo, neste solo temos um lençol freático, esse lençol forma uma nascente a poucos metros dali ( que o caso do nosso município, onde o cemitério esta a poucos metros de uma nascente). Agora me diz: que qualidade tem essa água? O que tem nela? Ela pode conter restos mortais da sua tia meu caro leitor,  da sua avó ou seja lá quem foi que está enterrado no cemitério.
A mata ciliar que cobre o leito do nosso rio, está aos poucos se acabando por causa do avanço da agricultura e bem vemos que o nosso rio se torna cada vez mais turvo. Um fato que todos nós sabemos e que muita das vezes preferimos deixar oculto, é o caso de pecuaristas que jogam animais mortos dentro do rio, coisa que eu já vi e muitos de vocês que estão lendo também já viram.
Fatos como estes fazem com que eu me pergunte o que tem sido feito para a preservação da fauna e da flora da nossa cidade. E vendo isso acho que você leitor deve estar se perguntando a mesma coisa. 
A lei propõe que sejam preservado áreas de até 30 metros de distancia medidos a partir da margem do rio, coisa que aqui na nossa cidade não acontece, porque muita das vezes vemos em partes do leito do rio em que há mata ciliar tem no máximo 5 metros de área a partir da margem. Outra coisa que a lei ambiental diz é sobre a preservação de uma certa porcentagem da propriedade rural, o que aqui também não acontece. Observem só este trecho:


“É o percentual de área que deve ser conservada na propriedade rural com vegetação nativa, localizada numa propriedade ou posse rural, que não seja a de preservação permanente (APP). Seu objetivo é a conservação e reabilitação dos processos ecológicos, proteção do solo, conservação da biodiversidade e proteção da fauna e flora nativas. Ela varia de acordo com o bioma e a dimensão da propriedade. Ela pode ser: Amazônia (80%), Cerrado (35%), demais biomas (20%).


Digam-me em que lugar do nosso município um produtor rural conservou 35% do seu latifúndio? Ou melhor, onde conservou-se pelo menos 10% da área? É revoltante meu caro leitor, é revoltante. 
Cerrado não é deserto, não é sertão, não é terra de nada, não é improdutiva, não é lixo. O fato do cerrado não ser parecido com a floresta Amazônica não implica que ele também não deve ser preservado. 
Nossa cidade não tem departamento do Meio-Ambiente, ele tem secretaria, o que é bem mais burocrático e deveria ter maior influencia já que um secretário ganha muito mais do que um chefe de departamento, o que implica na vinda de mais verba para uma secretaria do meio-ambiente do que para um simples departamento. Tendo mais verba, deveria ter maiores ações em cima disso, são estas ações que eu queria ver e são estas ações que são necessárias.




Bem, encerro este post por aqui, espero que consigam sentir a gravidade do problema que enfrentamos em nossa cidade.




Hummmm, parece que o cemitério tem permissão fiscal. Então tá né!


Paloma Silva, a Cidadã

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