sexta-feira, 19 de julho de 2013
9 comentários

E o Meio Ambiente, como vai?

06:07
Como alguns de vocês sabem, eu sou estudante de Ciências Biológicas- Ênfase em Conservação da Biodiversidade no campus da UFV em nossa cidade. Por este e outros motivos a preservação do meio ambiente sempre foi um dos meus alvos, principalmente se levarmos em consideração o fato de que nossa cidade detêm a nascente de um dos rios mais importantes do Brasil. Este fato nos faz questionar se está tendo medidas para preservação, não só da nascente do rio Paranaíba como também as demais nascentes existentes na cidade.
Outra preocupação com o meio ambiente vem de outra característica marcante do município: agricultura. A invasão das plantações sobre a vegetação nativa tem de ser fiscalizadas para que não seja perdida nossa vegetação natural, as matas ciliares e as áreas que são protegidas por lei. A invasão das construções civis de forma desordenada também é alvo de preocupação com o meio ambiente.
Afinal, precisamos ter em mente que Meio Ambiente não é só Mata Atlântica e Floresta Amazônica, precisamos nos lembrar que o cerrado também é riquíssimo em fauna e flora e que qualquer dano ambiental pode causar-lhe um desequilíbrio ecológico. Um dos exemplos que posso citar é a invasão de ratos e demais vetores de doenças causada pela invasão de construções e plantações na área rural.

Para você que não tem tanta consciência ambiental, deixo aqui trechos do que o Novo Código Florestal admite ser uma APP (Área de Preservação Permanente) que devem existir em inúmeros lugares em nossa cidade, mas o que vemos é um total descumprimento da lei.
  • ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água, desde o seu nível mais alto, em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2 - de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
  • ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
  • nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;
  • no topo de morros, montes, montanhas e serras;
  • nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;
  • nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
  • em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.
  • nas áreas metropolitanas definidas em lei.
Além dessas, o Poder Público pode declarar áreas de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas a:
  • atenuar a erosão das terras;
  • formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
  • proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
  • asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;
  • a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;

Estas APPs servem para proteger a fauna e flora e levando em consideração o cerrado, percebemos que existem inúmeras espécies que são ameaçadas de extinção e que com a preservação do seu ambiente natural eles poderão procriar e sua espécie não ser mais ameaçada.
Uma das maneiras de proteger nossas nascentes, rios, lagos e riachos seria deixar de jogar dejetos, ou seja, esgoto no leito dos rios. Por, exemplo, o nosso riacho “Lava-pés” recebe milhares de litros de esgoto por dia, o que já deixa sua água inviável para peixes e outros animais que dependem do rio. 







Esgoto sendo lançado em córrego. Arquivo pessoal de Willian Lopes

Não só o lançamento dos dejetos influencia, como também a retirada da mata ciliar que causa erosões e até mesmo voçorocas gigantescas que também vão afetar a qualidade da água. Estas voçorocas podem não só ocorrer nas beiras de rios, como também em morros, os quais não tem vegetação para “segurar” a terra e proteger contra deslizamentos.
Voçoroca existente logo acima do Parque do Zarico, observe a inexistência de uma Mata que segure a terra e evite a voçoroca. Arquivo pessoal de Willian Lopen




As queimadas em Rio Paranaíba tem provocado um enorme desequilíbrio ambiental e dano ao meio ambiente. Vale ressaltar que isto é crime e o responsável pode pagar multa e até ser preso. Não só na zona rural que as queimadas tem sido um problema, mas também na limpeza de lotes vagos na cidade, onde os donos optaram por queimar a vegetação, assim causando enormes danos como a invasão de ratos nas casas vizinhas e fumaça que é extremamente prejudicial aos que sofrem de problemas respiratórios. Estes autores também devem ser punidos por prejudicarem e por em risco a saúde humana.
Não podemos deixar de falar também sobre o tal loteamento que está sendo feito logo acima do Parque do Zarico, lembrando que o local destes lotes está a menos de 50 metro de uma nascente, sendo então um crime ambiental. Fica a dica!

Em todos estes casos a  Secretaria do Meio Ambiente tem papel fiscalizador, podendo acionar o IBAMA para aplicar multas e outras punições para aqueles que não estão de acordo com a lei. O autor das fotos, Willian Lopes, conversou com pessoas ligadas a administração e com o próprio prefeito que deixou bem claro que já estão tomando medidas para a resolução dos problemas ambientais em nossa cidade. E assim esperamos que seja!

9 comentários :

  1. Parabéns Paloma, você falou tudo, precisamos de mais jovens como você.

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  2. Muito obrigada, Anônimo! Fico feliz! :D

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  3. Parabens Paloma.... Sobre o loteamento o mesmo está com a documentação em dia eu fui uma das pessoas a procurar os reponsaveis pelo loteamento... eles conseguiram toda documentação juntoa PREFEITURA e demais orgãos....
    #assimficadificil....

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  4. O engraçado é que não deveria ter conseguido essa documentação, vou averiguar essa situação, porque se o IBAMA for contatado, lhe garanto que esse loteamento não vai pra frente!

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    1. Pallomah Silva, Eu me interesso muito por questões ambientais... Eu até critiquei esse loteamento, mas também gosto de ser justa com todos. Quando eu tive acesso ao projeto desse loteamento percebi que eles têm todas as licenças necessárias para tal empreendimento, fiquei espantada. E sabe por que eles conseguiram todas as licenças? Por que dentro do loteamento eles estão reservando uma área muito grande, que com a aprovação do loteamento se tornou área verde DOADA PARA O MUNICÍPIO, onde será preservado para sempre , por essa área preservada ser muito maior do que a exigida (leito de corgo,nascentes), eles não tiveram dificuldades de obter as licenças ambientais .No momento como ainda não fizeram nada essa área não está cercada. Então será um loteamento com uma enorme área verde sendo preservada, e podendo plantar árvores também. Ou seja uma área verde dentro da cidade, parecida com uma que eu conheço em Ribeirão Preto. Hoje eu defendo esse loteamento !abraços.

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    2. Poxa, Carla, desta eu não sabia! Que bom então que houve esta troca, aí sim também volto a minha palavra e apoio. :D

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  5. Parabéns Palomete otima reportagem

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